Mais Dicas de Corrida de Aventura – Etapa Balsa Nova

No dia 18 de novembro último participei de mais uma corrida de aventura promovida pela Extremaventura. Foram mais de oito horas de prova e chegamos em quarto lugar. Participamos novamente da prova de Aventura, percorrendo mais de 50 quilômetros entre mountain bike, canoagem e trekking. Perdemos o terceiro lugar a 20 metros da linha de chegada; a outra dupla estava com mais pique na bike e passou. Parabéns para eles; na próxima corrida damos o troco 🙂

Como esta foi a nossa segunda corrida, aprendemos várias outras coisas que gostaria de compartilhar com você, que está interessado neste esporte. Antes de mais nada veja as minhas dicas anteriores, quando falei da primeira corrida.

Esta corrida foi muito mais difícil do que a anterior e exigiu muito esforço físico de todos os atletas. Da categoria aventura, onde eu estava participando, chegaram somente 10 equipes, de um total de 36. Seguem abaixo o que aprendi desta vez.

1. Canoagem – desta vez nos demos bem na canoagem. Não tinha vento como na última prova e já tínhamos uma experiência com a pilotagem do duck. Quem nunca pilotou um duck antes vai achar que ele está com algum problema, pois o barquinho sempre tende a virar quando você quer ir para a frente.

Remando no Duck O segredo do duck está em você não remar com força e fazer sempre movimentos suaves e cadenciados. Nada de tentar mudar o rumo no tranco e na força. Isso só vai te ajudar a perder o controle do barco e ficar de costas com cara de bobo.

Ache um ritmo para a remada. Junto com o seu companheiro, e mantenha-o. Não muito forte nem fraco demais. Se não você não está sabendo controlar a força na água, tente colocar somente a metade do remo na água, isso pode ajudar.

Em provas que o rio esteja muito baixo, como foi o caso em Balsa Nova, analise a correnteza para encontrar as partes mais fundas. Olhe para a frente e veja onde a água está se movendo mais rápido e onde ela está mais lenta. Partes rasas sempre têm um movimentação maior. Escolha as partes onde a água se movimenta menos, reduzindo as suas chances de encalhar.
Se mesmo assim o rio estiver muito baixo e encalhar for inevitável, saia e puxe/empurre o barco. Mas lembre-se, quanto mais leve o duck, menos ele vai afundar. Uma boa técnica é somente um atleta puxar/empurrar o barco enquanto o outro continua remando dentro do duck. Isso nos salvou em diversas vezes, além de dividir o esforço entre os atletas.

equipamentos de corrida de aventuraAs partes rasas também são ótimos pontos de ultrapassagens. Reme com vontade nestes pontes e você verá que irá conseguir passar diversos competidores.

2. Orientação – Mais vale um minuto perdido consultando o mapa do que vinte voltando do caminho errado! A orientação é muito importante em uma prova de aventura, por isso tome decisões pensadas. Se não tiver certeza ou estiver com dúvida, consulte o seu companheiro de equipe. Nesta corrida perdemos quinze minutos por uma decisão errada na navegação logo depois de largar os ducks. E uma decisão errada te deixa com o moral baixo e pode afetar o seu lado psicológico.
Cuidado com as outras equipes que vão à frente! Sempre desconfie do caminho que eles estão fazendo fugindo da síndrome de Maria vai com as outras. Antes de tudo verifique o seu mapa e use a cabeça. A leitura dos mapas de prova não é coisa de outro mundo. Veja as curvas de nível, a vegetação, as trilhas, as indicações de casas, etc…

3. O mapa – Anote com caneta marca texto a provável rota que você irá fazer. Isso facilita a navegação e simplifica as coisas. Usar canetas marca texto vermelho para rotas onde você não quer ir também é uma boa opção. Não fizemos isso desta vez, mas vimos vários mapas de equipes mais experientes pintados desta maneira.

4. Alimentação – A comida é uma das partes essenciais de uma corrida de aventura. Você tem que se alimentar e se hidratar sempre, mesmo que não tenha fome.

Ao lado você pode ver o que levei de comida para esta corrida de aventura: algumas garrafas de gatorade, sanduíches de pão integral com queijo, algumas águas de côco, barras de proteína e cereais, castanhas do pará e uns pacotes de batata frita por causa do sal.

No final das contas você acha que está levando pouca comida mas sempre sobra. Levei quatro sanduíches e voltei com dois, além de algumas barras de cereais e um pacote de batata frita.

Além disso, levei diversos gels para energia rápida durante a prova. Consumi todos os seis que levei, ingerindo-os a intervalos de 40 minutos a uma hora. Os gels energéticos não têm segredo. A única coisa é beber água junto com ele. Eu me adaptei bem à eles, complementando com alguma comida sólida só para não ficar com a sensação de vazio no estômago.

5. A Equipe – Nada mais importante numa corrida de aventura que o entrosamento entre os membros da equipe. Além de você escolher uma pessoa que se dê bem, vai ter que aprender a conviver com ela em situações de stress. Nossa dupla, Ruben e eu, nos demos bem nas corridas que participamos. Ele é mais estressado e eu sou mais calmo, assim geramos um equilíbrio nas nossas ações, não pendendo para um lado nem para o outro.

Ruben e Rodrigo chegando no PC com o maior pé d'água A sincronia entre os membros da equipe é algo que só se adquire com a prática. Mas é bom entender um pouco o humor do outro para que não seja gerado um stress desnecessário por qualquer besteira.

Uma das regras da corrida de aventura é que você não pode se separar por mais de 100 metros do seu companheiro. É muito importante seguir esta regra por várias razões. Durante a corrida de balsa nova, estávamos em uma subida interminável. O meu companheiro não notou que passei dele, mesmo estando empurrando a mountain bike a menos de 4 quilômetros por hora. O que aconteceu? Eu fiquei esperando-o depois de uma curva e ele, achando que eu estava mais abaixo, também ficou me esperando. Perdemos minutos importantes nesta falta de sincronia.

Também acabamos perdendo o terceiro lugar da prova pois estávamos separados perto da chegada quando outra equipe com mais fôlego que a gente nos passou a vinte metros da chegada. Como o Ruben estava com mais força nas pernas do que eu, poderíamos ter pedalado juntos, um empurrando o outro, para compensar a diferença de energia de cada um. Se tivéssemos feito isso a chance de termos chegado na frente era bem grande.

No trekking também pode-se correr juntos, de mãos dadas, equilibrando a força e energia de cada um. Outra opção é levar uma corda e correr segurando cada um em uma ponta.

6. Divirta-se! – Nada disso que eu falei acima vai fazer sentido se você não estiver se divertindo. Mesmo cansado, com dores no corpo e até meio zonzo pelo esforço de mais de oito horas de prova, eu estava feliz e radiante com toda aquela movimentação, pela belíssima paisagem da região e também pela interação com os outros competidores.

Tenha sempre uma atitude positiva e persiga o seu objetivo. O nosso sempre foi chegar ao final da prova, não importando muito o lugar. A grande diversão é o caminho, e não a linha de chegada. Ela é uma meta, mas nunca irá se comparar com o visual do rio e de suas pequenas corredeiras, dos downhills de mountain bike ou do silêncio maravilhoso das pequenas picadas no meio da vegetação por onde passamos.

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10 Responses to Mais Dicas de Corrida de Aventura – Etapa Balsa Nova

  1. Mario says:

    kra ….. sempre acompanho seus relatos e acho muito interessante seus comentários e dicas, além de participar das corridas de aventura sou instrutor de rafting aqui em SC e gostaria de complementar o q vc escreveu sobre os ducks. Procure utilizar a parte traseira do duck para fazer o leme (dar direção), ou seja o atleta q possuir mais qualificação (experiência) no remo deve sentar-se nessa posição, assumindo a condição de capitão da embarcação e tomando para si a responsabilidade de orientar o companheiro q estará sentado a sua frente. O atleta q estiver sentado na parte da frente deve fazer o papel do motor da embarcação ou seja baixar a kbeça e mandar ver. Sempre observo nas corridas algumas equipes q adotam técnicas diferentes tipo ambos querendo fazer leme ou o atleta q estah sentado na parte da frente querendo conduzir a embarcação, isso além de naum funcionar corretamente causa um desgaste físico desnecessário e torna muito difícil fazer com q o duck ou o kaiak ande em linha reta.

    Valeu …..

    Mario (BIKEAVENTURA)

  2. Ruben Wageck says:

    Grande Companheiro de Corrida de Aventura
    Foi um grande prazer participar de mais uma etapa com vc. O teu relato está ótimo e as dicas também. Desculpe a falha na navegação, graças a tua observação não erremos mais. Realmente o cenário desta prova foi magnífico. O rio é lindo e a chuva nos propocionou um adrenalina nas decidas de bike. Abraços Rubinho

  3. João Luiz says:

    Olá Rodrigo,

    Parabéns pela prova que vocês fizeram, foram super bem, isso definitivamente não é para qualquer um. Parabéns também por compartilhar com todos essa experiência, ainda mais com direito a dicas tão legais. 😉
    [][]’s
    JL

  4. lourenco malucelli says:

    muito legal

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